A Fadiga é uma Emoção?

No cenário atual do desempenho físico, uma perspectiva inovadora desafia antigas crenças: a ideia de que a fadiga é, na verdade, uma emoção. A afirmação do cientista Tim Noakes de que “a fadiga é uma emoção” desafia a visão tradicional de que a fadiga é puramente fisiológica, como sugerido por A.V. Hill, vencedor do Nobel de 1922, que focava em limitações físicas e acúmulo de ácido lático.

Tim Noakes, renomado cientista do esporte, propõe que a fadiga é uma percepção gerada pelo cérebro, funcionando como um mecanismo protetor para evitar danos ao corpo. Essa ideia está enraizada no modelo do “Governador Central”, que sugere que a fadiga é uma construção psicológica, não apenas uma resposta a sinais fisiológicos, mas sim como o Governador percebe esses sinais.

Em vez de ser uma resposta direta a falhas fisiológicas no instante em que ocorrem, a fadiga atua como um regulador proativo. O cérebro, por meio do “Governador Central”, antecipa potenciais danos e ajusta o desempenho. No entanto, como essa regulação é influenciada pela imaginação ou por experiências passadas, o atleta pode não ver claramente o que realmente está acontecendo, levando a decisões e conclusões erradas, principalmente quando baseadas em emoções negativas, entre elas posso citar o medo ou até mesmo o excesso de confiança, que provocam ansiedade, tiram o foco e diminuem o rendimento, exaltando a fadiga.

A fadiga, sendo uma emoção, é influenciada por fatores psicológicos, como motivação e expectativa. Isso significa que a percepção de fadiga varia com o ambiente e a resiliência mental do indivíduo, destacando o papel central do cérebro no desempenho físico.
Redefinir a fadiga como uma emoção enfatiza a importância da mente no desempenho físico, abrindo novas possibilidades para o treinamento mental e a motivação, impactando a confiança e a resistência do atleta.

Quando a mente está preparada e o físico treinado, o atleta enfrenta os momentos de cansaço com estratégias, alcançando seu limite máximo naquele momento e, por isso, sente uma sensação de realização, independentemente dos resultados. Por outro lado, atletas que deixam as emoções dominarem tendem a repetir erros, levando à frustração, como um time que sempre perde o jogo no último minuto ou um atleta que, mesmo muito treinado, “morre” no mesmo ponto durante uma prova.
É bom destacar que uma mente preparada também depende da saúde preservada. Exames como o hemograma, que detectam minerais, hormônios e variações nas células, são importantes para estarem bons. Parâmetros ruins do exame de sangue afetam o “Governador Central”, impactando nas decisões, no humor e na percepção de esforço. Exames de sangue, quando ajustados, trazem maior controle sobre o emocional e sobre a fadiga.

O cansaço físico pode ser gerenciado com protocolos de recuperação, enquanto a fadiga emocional, tão decisiva nos resultados, precisa ser monitorada por meio de uma visão holística, buscando o equilíbrio “Mens sana in corpore sano”.

Para gerenciar eficazmente a fadiga, é essencial que a mente aja primeiro, permitindo que a emoção flua de maneira controlada. Quando a mente toma a dianteira, ela direciona o foco e maximiza o potencial do indivíduo. No entanto, se a emoção se manifesta antes, pode bloquear o potencial, limitando o desempenho e levando à frustração. Assim, compreender a fadiga como uma emoção e gerir essa dinâmica de maneira adequada não só transforma as abordagens de treinamento, mas também potencializa o crescimento pessoal e a excelência esportiva.

Christian Carvalho – Coordenador de Desportos Aquáticos.

PARCEIROS ccnatacao

Últimas notícias

Treinador não é adivinho: Fale, Ouça, Evolua!!!

No esporte, o silêncio pode ser um inimigo invisível. Quando atletas deixam de expressar dúvidas, frustrações ou necessidades ao treinador, criam-se barreiras que travam o desempenho. O diálogo ativo é